Plenária Nacional dos Comerciários da UGT

Ao declarar a alegria por comemorar a passagem do Dia do Comerciário com representantes da classe de todo o Brasil, o presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, destacou o êxito da ideia de reunir os comerciários de entidades filiadas à UGT defendida por Marcio Fatel, presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Estado da Bahia e secretário nacional da Central para a categoria e pelo anfitrião, José Cloves Rodrigues, que preside o Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região  (SECBHRM), cujo maior objetivo foi afirmar o respeito à categoria comerciária.

Ao término da Plenária Nacional dos Dirigentes Sindicais Comerciários da UGT, realizada dias 30 e 31, no centro de convenções do Dayrell Hotel, Centro da Capital mineira, Patah disse que o primeiro ano de vigência da Lei 12.790, que regulamentou a profissão de Comerciário, reforçou a reivindicação pela negociação única no Brasil par definir um piso unificado e ativar um processo em direção ao fim da informalidade, da precariedade e da rotatividade. 

Ricardo Patah declarou que, José Cloves Rodrigues “acertou em cheio”, ao perceber a oportunidade do momento e recepcionar lideranças da classe em nível nacional e possibilitar a definição de ações conjuntas daquela que é a maior categoria profissional do país. O presidente da UGT agradeceu a recepção “com pão de queixo e coração” que os congressistas receberam de José Cloves e da diretoria do SECBHRM, destacando a “forma gentil”, que calou os participantes. 

Homenageado pelo presidente do SECBHRM, com uma placa de reconhecimento, o sindicalista lamentou que, mesmo com a profissão regulamentada, a classe ainda tenha de conviver com salários baixos, carga horária excessiva e desrespeito ao ser humano. 

José Cloves relevou o fortalecimento da classe após a Plenária, pela representatividade nacional e a qualidade dos debates. Ele ressaltou a presença numerosa de sindicalistas mineiros, que sediam o encontro, e o compromisso diário com a categoria comerciária.

Entidade sindical atuante, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana desenvolve ação conjunta com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE/MG) - Projeto Comércio (“Ambiente de Trabalho nos shoppings e no Hipercentro”) – voltado para a readequação do ambiente de trabalho nos shopping centers e lojas do Hiper Centro da Capital, locais em que se concentra grande número de estabelecimentos comerciais e trabalhadores do setor.

Na sexta-feira (31), segundo dia da Plenária Nacional dos Dirigentes Sindicais Comerciários da UGT (União Geral dos Trabalhadores), iniciou com uma intervenção do presidente ugetista Ricardo Patah, que abordou o tema referente ao veto do artigo 5º da regulamentação da profissão que trata, justamente, da sustentação financeira das entidades sindicais.  

"Tínhamos sim uma liberdade de escolha quanto a contribuição assistencial para toda a categoria, ou seja, dez dias antes de ser feito o desconto, os trabalhadores podiam fazer uma carta de oposição e se negar a pagar. Agora não, com a mudança feita podemos somente cobrar a assistencial dos nossos filiados e se eles fizerem uma carta permitindo que a gente efetue a cobrança, ou seja, ninguém vai pagar, mas desfrutarão dos benefícios conquistados por meio dos acordos coletivos, diz Patah. Segundo o presidente ugetista, essa situação é danosa para as instituições sindicais, pois muitas delas cumprem papéis sociais que teriam de ser responsabilidade dos estados, já que essas entidades oferecem atendimentos médicos, odontológicos, cursos profissionalizantes, restaurantes populares, entre outros. 

Após sua intervenção, Patah ministrou uma palestra intitulada "Acordos Nacionais com Grandes Redes de Varejo", em que explanou sobre a situação das multinacionais e a forma com que elas diferem por região a contratação dos trabalhadores e trabalhadoras. "Em outros países, como nos Estados Unidos, a prática antissindical é muito grande. 

O Walmart, por exemplo, manda embora qualquer trabalhador que se envolva com sindicatos e no Brasil não é diferente, já houve casos de funcionários serem demitidos por conta da sua atuação sindical", explica Patah. Durante a palestra, o presidente da UGT fez uma sugestão para se fazer um levantamento quanto a localização das sedes das empresas multinacionais, organizar uma comissão e se deslocar até essa sede com o objetivo de fechar um acordo específico para o Brasil. Os debates seguem com pautas que são fundamentais para o avanço dos direitos da categoria comerciária como: piso nacional, aposentadoria, enfrentamento aos assédios moral e sexual, entre outros temas. 

Mulheres afirmam presença na Plenária Nacional dos Comerciários da UGT

A crescente presença feminina no mercado de trabalho é realidade no segmento comercial, no qual 55% dos postos são ocupados por mulheres. O que se viu na Plenária Nacional dos Dirigentes Sindicais Comerciários da União Geral dos Trabalhadores, realizado dias 30 e 31/10, no centro de convenções do Dayrell Hotel, no Centro da Capital mineira, foi uma amostra da participação das Comerciárias em posições destacadas. 

Na mesa de abertura do evento, Jacira Carvalho da Silva Torres, secretária nacional para a Região Centro Oeste, representou as mulheres e condenou a prática do assédio moral e do machismo, colhendo apoio público à fala. Em outro momento, a diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SECBHRM), Marli das Mercês de Freitas, compôs a mesa diretora dos trabalhos. 

 Na plateia, delegadas de entidades dos quatro cantos do país manifestaram a opinião de quem mais sofre com o excesso de jornada e o desconforto no exercício da profissão. Cintia Lima preside o Sindicato dos Empregados no Comércio de Goiana, município localizado a 62 km de Recife, capital de Pernambuco, reclama da dificuldade de acesso ao sindicato patronal, causado pela falta de representação política na cidade. O sindicato é forçado a negociar com a entidade patronal da Capital, que não conhece a realidade da cidade e tampouco se esforça para tal. 

Mesmo com o comércio representando mais de dois terços da economia local, nem empresários ou os governos municipal e estadual atentam para a precária situação dos trabalhadores. A sindicalista, que atua na Federação dos Empregados no Comércio e de Serviços do Norte e do Nordeste (Feconeste), acusou a discriminação de gênero, que impede que o perfil seletivo e organizador das mulheres seja devidamente aproveitado. 

Claudete Gomes da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Recife, cobra mais participação das mulheres e a colaboração dos homens, que podem abrir mais espaço para a atuação feminina. 

 Miromar Ponciano de Andrade, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Umuarana, no Paraná, falou do comportamento que as entidades sindicais devem adotar na negociação com as grandes redes de varejo. Para ela, as entidades sindicais devem adotar o critério do benefício ao trabalhador, uma vez que as multinacionais se instalam nas cidades brasileiras visando exclusivamente o lucro, o que faz com priorizem a exploração da mão de obra. A sindicalista relatou à plenária as conquistas que obteve ao denunciar empresas e combater a flexibilização da relações de trabalho. Para ela, é preciso afirmar o pagamento de bons salários e não admitir banco de horas. 

A presidente do SEC Umuarama defendeu a negociação nos âmbitos regional e nacional, “desde que a negociação seja centralizada e acompanhada pela direção nacional”. 

Também do Sul, Sandra Regina Barbeiro, diretora do Sindicato dos Empregados no Comércio de Brusque, Santa Catarina, lamentou a abertura do comércio em todos os domingos, mas vê a possibilidade de assegurar algo a mais para quem trabalha, como vale transporte adicional, alimentação, além do pagamento de R$ 45,00, a título de abono, além do descanso semanal. A comerciária, que é mãe, depôs sobre o mal que o trabalho aos domingos faz à família, pela falta que o empregado faz quando se ausenta para trabalhar no dia em que praticamente todos descansam. “Mesmo que a gente não saia, a presença faz toda a diferença”, disse, lembrando que na folga semanal o comerciário não encontra a família em casa. 

 Ana Claudia Nascimento Gomes, Procuradora do Trabalho, respondeu ao convite da UGT-Minas e destacou interesse do Ministério Público do Trabalho (MPT) na aproximação com as categorias profissionais. Ela frisou que, na maioria dos casos, ocorre harmonia de interesses entre o movimento sindical e o MPT, na medida em que o foco da atuação de ambos é tutelar os direitos, sejam individuais ou coletivos. 

Antes dela, a chefe da Seção de Relações do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE/MG), Alessandra Parreiras, apresentou palestra em que esclareceu os presentes sobre temas atuais, como a jornada de trabalho e as implicações do excesso de carga horária para o trabalhador e família.

Fonte e fotos: imprensa UGT

 

 

 

 

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