Marcha das Margaridas 2019 espera reunir mais de 100 mil mulheres em Brasília

Nesta terça-feira (13), a capital federal irá amanhecer sob o olhar atento das cerca de 100 mil participantes da Marcha das Margaridas 2019, que reúne especialmente mulheres do campo, da floresta e das águas. A programação inclui atividades culturais, formativas e políticas ao longo desta terça, anunciando a chegada da tradicional passeata, que percorre a Esplanada dos Ministérios na quarta (14), a partir das 7h.

Em sua sexta edição, o evento traz este ano uma plataforma política em vez de uma pauta.  O documento, produzido a partir de diálogos e debates com mulheres da base, reafirma a defesa de temas como a terra, a água, as práticas agroecológicas, as políticas de educação e saúde, o combate à violência de gênero, além da Previdência Social, hoje no centro da principal queda de braço no Congresso Nacional.

“É uma plataforma que anuncia qual é o modelo de sociedade que as mulheres defendem. Esse documento tem a cara das mulheres de todo o Brasil”, afirma a coordenadora da Marcha, Mazé Morais, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

O movimento se traduz na mais importante mobilização conjunta de mulheres da América Latina, além de contar com um raio de apoio que extrapola os limites do continente. Ao todo, a passeata vai contar com representantes de cerca de 26 países, como Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Guatemala, Austrália, Inglaterra, Suíça e Quênia.

“Pra gente, [isso] é extremamente importante porque potencializa nossa luta como trabalhadoras rurais. As nossas reivindicações acabam sendo convergentes, não muito diferentes. Os problemas que a gente tem no Brasil nos outros países as mulheres vêm sofrendo”, afirma Mazé Morais.

Comerciárias do Paraná

Representando as comerciárias do Paraná, Leila Vanda Aguiar, presidente recém eleita no Sindicato dos Empregados no Comércio de Paranavaí, participa do evento que acontecerá até esta quarta feira, dia 14 de agosto. A Marcha das Margaridas ocorre desde 2000, sempre em Brasília (DF).

Uma homenagem à Margarida Alves

Nomeada em referência à líder sindical paraibana Margarida Alves, assassinada em 1983 a mando de latifundiários, a marcha é espaço para o compartilhamento de dramas comuns e para a vocalização dos anseios que pautam a luta das trabalhadoras. A experiência e a força da trajetória da paraibana servem hoje de farol para iluminar os passos das mais de 100 mil mulheres que são esperadas no evento.  

“Ela foi uma grande lutadora e tinha muita coragem pra lutar por direitos. Isso cada vez mais, sobretudo no momento que a gente está vivenciando agora, nos dá mais força, mais coragem pra continuar lutando pelos direitos da classe trabalhadora, sobretudo os das mulheres”, frisa Mazé Morais.

A coordenadora também celebra a união com as participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, evento que ocorre desde a última sexta (9), também em Brasília (DF), e que realiza uma passeata nesta terça (13). Uma dobradinha entre elas fará com que parte das trabalhadoras da Marcha das Margaridas prestigie a programação das indígenas, bem como o oposto está programado para ocorrer na quarta (14), numa caminhada conjunta pela Esplanada.

“Acho que vai ser um momento muito simbólico. Isso mostra, mais do que nunca, que a gente precisa, pra romper, pra conseguir superar toda a desigualdade e os retrocessos, estar juntas. Mais do que nunca, essa unidade nos fortalece e nos potencializa”, finaliza.

Confira a programação completa da Marcha das Margaridas neste link

Fonte: Brasil de Fato (Rodrigo Chagas)
Foto: SEC Paranavaí

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